Artrite: O que é, Principais Sintomas e Como Tratar
- Dra. Fernanda Rodrigues
- 14 de out. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 16 de out. de 2024
Se você sente dores nas articulações, rigidez ou inflamação e já se perguntou se esses sintomas podem estar relacionados à artrite, está no lugar certo. A artrite é uma condição que afeta muitas pessoas e pode impactar bastante a qualidade de vida. Meu objetivo aqui é explicar, de forma clara e acessível, o que é a artrite, quais são os principais sintomas e as opções de tratamento que utilizamos para melhorar a saúde e o bem-estar de quem sofre com essa condição.
O que é a Artrite?
Artrite é o termo que usamos para uma série de condições que causam inflamação nas articulações, nos músculos e até nos tecidos ao redor. Existem mais de 100 tipos diferentes de artrite, mas os mais comuns são a osteoartrite e a artrite reumatoide. Embora muita gente pense que a artrite só afeta pessoas idosas, ela pode aparecer em qualquer fase da vida. Eu atendo desde jovens adultos até pessoas da terceira idade com sintomas variados, e o tratamento personalizado é essencial para lidar com essa condição.

Principais Sintomas da Artrite
Cada tipo de artrite pode ter sintomas próprios, mas alguns sinais são comuns e merecem atenção. Aqui estão alguns dos sintomas que sempre oriento meus pacientes a observar:
Dor nas Articulações: A dor nas articulações é o sintoma mais comum e pode ser constante ou ir e vir em surtos. Quando a dor persiste por semanas, é hora de investigarmos o que está causando esse desconforto.
Inchaço: O inchaço é um sinal de inflamação nas articulações. Além de ser dolorido, o inchaço pode tornar a articulação mais sensível e dificultar a mobilidade.
Rigidez Matinal: A rigidez ao acordar, que muitas vezes demora para passar, é um sintoma clássico de artrite, especialmente se ela durar mais de uma hora. Em muitos casos, isso aponta para condições inflamatórias, como a artrite reumatoide.
Vermelhidão e Calor: Quando a inflamação é mais intensa, a pele ao redor da articulação pode ficar quente e avermelhada. Esse é um sinal que não deve ser ignorado e requer avaliação.
Dificuldade de Movimento: Se você sente que não consegue movimentar bem certas articulações, ou que atividades simples ficaram difíceis, pode ser um sinal de que a artrite está progredindo e precisa de acompanhamento.
Principais Tipos de Artrite
Como reumatologista, estou acostumada a diagnosticar e tratar os diversos tipos de artrite. Aqui estão alguns dos tipos mais comuns que vejo no consultório:
Osteoartrite: Esse tipo é frequentemente associado ao envelhecimento e ao desgaste natural das articulações. Na osteoartrite, a cartilagem que protege os ossos se desgasta, o que causa dor e limita os movimentos.
Artrite Reumatoide: Uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca as articulações, causando inflamação e dor. Esse tipo pode afetar várias articulações de uma vez, e o diagnóstico precoce é essencial para evitar danos permanentes.
Artrite Psoriásica: Afeta algumas pessoas que têm psoríase, uma doença de pele que causa manchas escamosas. A artrite psoriásica pode afetar diversas articulações e, se não tratada, pode ser bastante incapacitante.
Gota: A gota é causada pelo acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações, geralmente no dedão do pé. Ela causa crises de dor intensa, e o tratamento envolve controle do ácido úrico e mudanças na dieta.
Como é Feito o Diagnóstico da Artrite?
No consultório, eu sigo alguns passos importantes para diagnosticar a artrite de forma precisa:
Converso com o paciente sobre o histórico médico e todos os sintomas.
Faço um exame físico minucioso para verificar a presença de inchaço, calor e limitações nas articulações.
Em alguns casos, solicito exames de sangue para avaliar marcadores inflamatórios e exames de imagem, como raios-X e ultrassonografia, para ver as articulações mais detalhadamente.
Esses exames ajudam a entender melhor a situação e a identificar o tipo de artrite, permitindo criar um plano de tratamento eficaz e individualizado.
Como Tratar a Artrite?
Embora ainda não exista cura definitiva para a artrite, há muitas opções de tratamento para reduzir a dor, controlar a inflamação e melhorar a qualidade de vida. Vou compartilhar aqui algumas das abordagens que utilizo com meus pacientes:
1. Medicamentos
Os medicamentos são fundamentais no controle da artrite, e os mais usados incluem:
Analgésicos: Para alívio da dor. Utilizamos medicamentos como paracetamol, que não interferem na inflamação, mas ajudam a controlar o desconforto.
Anti-inflamatórios Não Esteroides (AINEs): Como ibuprofeno e naproxeno, que reduzem tanto a dor quanto a inflamação.
Corticosteroides: Em alguns casos, utilizamos corticoides para controlar inflamações graves, mas eles são usados com cautela devido a possíveis efeitos colaterais.
Modificadores da Doença Antirreumáticos (DMARDs): Estes são especialmente úteis em doenças autoimunes, como a artrite reumatoide. Os DMARDs ajudam a reduzir a resposta imunológica que causa inflamação.
2. Fisioterapia
A fisioterapia é uma excelente aliada no tratamento da artrite. Indico que meus pacientes façam fisioterapia para fortalecer os músculos ao redor das articulações, o que reduz a dor e melhora a mobilidade. A fisioterapia também ajuda a aprender formas de realizar as atividades diárias com mais segurança e conforto.
3. Exercícios Físicos
Muitas pessoas evitam se exercitar devido à dor, mas, na verdade, exercícios leves ajudam muito. Recomendo atividades como caminhada, alongamentos, yoga e hidroginástica, que fortalecem os músculos e mantêm as articulações flexíveis. Sempre orientamos nossos pacientes sobre quais atividades são seguras e quais devem ser evitadas.
4. Alimentação Saudável
A alimentação tem um impacto direto na artrite. Por exemplo:
Para gota, recomendo evitar alimentos ricos em purinas, como carnes vermelhas e frutos do mar.
Para a artrite em geral, uma dieta anti-inflamatória é benéfica, incluindo alimentos ricos em ômega-3, como peixes e nozes.
Manter o peso saudável é importante para evitar a sobrecarga nas articulações, especialmente as dos joelhos e quadris.
5. Terapias Complementares
Algumas terapias complementares podem ajudar, e sempre oriento que sejam combinadas ao tratamento médico:
Acupuntura: Ajuda a aliviar a dor em algumas pessoas.
Massagem Terapêutica: Relaxa os músculos e melhora a circulação.
Suplementos: Óleo de peixe e cúrcuma são conhecidos por seus efeitos anti-inflamatórios.
6. Cirurgia
Em casos mais graves, quando o tratamento conservador não é suficiente, discutimos a possibilidade de cirurgia. As opções incluem:
Artroplastia (substituição da articulação): Indicada para osteoartrite grave.
Artrodese (fusão dos ossos): Para estabilizar a articulação e aliviar a dor.
A decisão de fazer uma cirurgia é baseada em muitos fatores, sempre com o objetivo de melhorar a mobilidade e a qualidade de vida.
Dicas para o Dia a Dia com Artrite
Além do tratamento médico, recomendo algumas práticas para meus pacientes:
Manter-se ativo: A atividade física é essencial para a saúde das articulações.
Usar acessórios de apoio: Bengalas, sapatos ortopédicos e talas ajudam a reduzir o impacto nas articulações.
Aplicar compressas: Calor e frio aliviam temporariamente a dor e o inchaço.
Priorizar o descanso: Evitar sobrecarregar as articulações e descansar sempre que necessário.
Conclusão
A artrite é uma condição que pode ser desafiadora, mas o acompanhamento adequado e alguns ajustes no estilo de vida fazem toda a diferença. Se você tem sintomas de dor, inchaço ou rigidez persistente, não hesite em procurar ajuda. Quanto mais cedo começarmos o tratamento, mais eficaz ele será para melhorar sua qualidade de vida e prevenir danos permanentes nas articulações.
Estou à disposição para ajudar. Se este artigo foi útil, compartilhe para que mais pessoas possam entender e buscar tratamento para a artrite.
Dra. Fernanda Rodrigues
Reumatologista | CRM 5288603-3 RQE 52647
Graduada em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com residência médica em Reumatologia pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE), título de especialista em reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Dra. Fernanda Rodrigues se dedica ao diagnóstico e tratamento humanizado de doenças autoimunes e articulares, visando promover qualidade de vida e bem-estar a seus pacientes.
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